Não se trata de intolerância, pensamento único ou fundamentalismo. A expressão de opiniões numa discussão pública não pode ser declarada intolerante só porque essas opiniões não são consensuais ou ecuménicas. A discussão públicas faz-se com posições antagónicas e não com posições consensuais.
Não me parece que uma discussão sobre a direita liberal possa passar sem uma discussão de uma série de equívocos recorrentes. Infelizmente, o sistema político e a realidade social e mediática não favorecem o liberalismo e isso tem que ser levado em conta por qualquer projecto liberal. As coisas não são nem tão fáceis nem tão lineares como algumas pessoas parecem pensar. O liberalismo não abre as portas do poder, não dá votos. O mais provável é que faça perder votos. E por isso, a tentação de se recorrer a um sucedâneo com o mesmo nome, mas sem as mesmas qualidades, pode ser muito grande. Se isso acontecer, os resultados serão trágicos quer para a nova direita que anda à procura de novas bandeiras políticas quer para o liberalismo.
Há muito que temos vindo a discutir isso mesmo no Blasfémias. Recordo, por exemplo, esta série de posts:
