17.9.05

35% == 33%

Resposta a Carlos Vaz Marques:

1. Ontem na SIC dizia-se que, em Felgueiras, o PS está à frente da lista de Fátima Felgueiras. Esta afirmação baseava-se numa sondagem em que o PS tem cerca de 35% dos votos e em que a lista de Fátima Felgueiras cerca de 33%. A afirmação é no entanto duvidosa. Em sondagens deste tipo 35% é o mesmo que 33%. A margem de erro da sondagem não permite tirar nenhuma conclusão sobre quem está à frente.

2. Este é um erro jornalístico comum. Sempre que sai uma nova sondagem os jornalistas dizem sempre que o PS subiu ou desceu ou que o Bloco subiu ou desceu. Só que na maior parte dos casos as variações não são significativas e não permitem tirar conclusões. Se o PS passar de 42% para 40% ninguém pode dizer que desceu porque a variação está dentro da margem de erro.

3. A tese segundo a qual Bush perdeu popularidade com o Katrina só pode ser provada por comparação entre os dados das sondagens pós-Katrina e as sondagens imediatamente antes do Katrina.

4. Os artigos citados por Carlos Vaz Marques têm dois tipos de informações que não provam nada. A comparação entre os índices obtidos por Bush pós-Katrina com os obtidos por Bush quando tomou posse ou quando foi eleito não provam que Bush perdeu popularidade por causa do Katrina. Bush há meses que está a perder popularidade. Ninguém pode perder a popularidade que não tem. Uma descida de 3% entre uma sondagem realizada imediatamente antes do Katrina e outra feita alguns dias depois também não prova que Bush perdeu popularidade porque essa variação está dentro da margem de erro.

5. Não encontrei nos artigos citados por Carlos Vaz Marques nenhum argumento que contrarie o que escrevi no post anterior. Este senhor parece defender que o impacto do Katrina na popularidade de Bush foi apenas de 1%, valor que deve ser comparado com os 8% que Bush perdeu desde Janeiro. Ora, quem ouviu os jornalistas portugueses a falar ficou com a impressão que Bush perdeu muitissimo mais que 1% de popularidade.