6.9.05

A janela partida revisitada

Caro Manuel,

1. As companhias de seguros não entram num negócio para perder dinheiro. No longo prazo, uma zona propensa a tufões pagará mais às companhias de seguro do que aquilo que recebe. A companhia de seguros pode até pagar o valor integral da janela partida, mas, no longo prazo, os donos das janelas pagarão mais às companhias de seguros do que aquilo que receberam.

2. A solidariedade entre regiões nunca permite a reposição do stock inicial de capital, pelo que a zona afectada fica mais pobre do que estava incialmente. O dinheiro da solidariedade só dá para comprar 1% da janela.

3. A solidariedade tem que ser mútua. No longo prazo, uma determinada zona tenderá a receber tanta ajuda como aquela que dá. Se a janela do vizinho partir eu tenho que o ajudar, se quiser que ele me ajude quando a minha partir.

4. A maior parte da riqueza existente está sob a forma de stock de capital. Essa riqueza acumulada conta muito mais para o bem estar que a produção de riqueza anual (que representa não um stock, mas um fluxo). Ser rico e ocioso é muito melhor do que ser pobre e trabalhador. Mais vale uma casa com uma janela intacta do que uma casa em que o dono da casa anda ocupado a montar uma janela nova.

Pronto! Foi o momento dogmático do dia.