Há, pelo menos, duas posições possíveis sobre as relações históricas e filosóficas entre o liberalismo e o cristianismo: acreditar que o ideal da liberdade e da ausência mediadora do Estado só poderá ser compensado, nas suas falhas humanas, por uma sociedade vocacionada para o outro e para a caridade privada e institucional (propriedades imanentes ao cristianismo), como também é possível acreditar que a história da Igreja Católica e a interpretação de alguma teologia no sentido da crítica da liberdade e da propriedade limitadas apenas pela soberania do indivíduo, sejam contrárias à tradição liberal. Não é igualmente impossível dizer-se que foi nas Escolas da Igreja Católica que se encontram alguns dos Mestres fundadores do liberalismo clássico ? Molina , Mariana, Suarez, etc. e que foi nas Universidades cristãs medievais que nasceu o gosto pela Ciência e pela investigação, como é igualmente legítimo apelar à memória da Inquisição, do Índex e da Doutrina Social para afastar o cristianismo do liberalismo.
E há, também, uma terceira hipótese, francamente a que mais me agrada: a do relativismo. Quer Deus exista ou não, o assunto não é, hoje, relevante ou, então, ser-lhe-á profundamente indiferente.
E há, também, uma terceira hipótese, francamente a que mais me agrada: a do relativismo. Quer Deus exista ou não, o assunto não é, hoje, relevante ou, então, ser-lhe-á profundamente indiferente.