- Equívoco é confundir o "Sim" no próximo referendo com uma discussão deslocada e esdrúxula acerca da bondade do SNS;
- Quem tiver do Estado uma visão liberal deve, antes de mais, fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que esse mesmo Estado não persiga criminalmente quem toma uma decisão baseada nas suas convicções e sentimentos éticos, religiosos e morais -o resto vem depois;
- A vitória do "Sim" no próximo dia 11 de Fevereiro não determina o nascimento de um direito fundamental ao aborto gratuito, pelo menos no modo como entendo aquilo que um direito fundamental é;
- Insisto: agora só se irá votar a despenalização da IVG até às 10 semanas - os argumentos subsequentes são prognoses, palpites e sensações;
- Quer no "Sim" quer no "Não" há gente com agenda ideológica, social, pessoal, partidária, religiosa e etc. - é-me indiferente;
- Por mim, decidi votar "Sim" porque não quero que as autoridades policiais e judiciais deste país continuem a poder tratar a mulher que decide abortar no início da sua gravidez como uma criminosa;
- O resto é "desconversa" e poeira habilmente lançada para turvar a visão acerca daquilo que está em causa.