1. Ainda que Durão Barroso não tivesse tomado uma decisão, os acontecimentos do dia de ontem marcaram o seu ponto de não regresso. Queira ou não queira, a política nacional deixou, nos próximos anos, de contar com ele.
2. Santana ainda não disse que aceitava suceder a Durão. Ele, cuja imagem de marca é a de conquistar o poder em renhidas disputas eleitorais, arrisca-se a ser o Dr. Balsemão do Dr. Barroso. Será que está interessado nisso?
3. Nenhum dirigente do CDS se pronunciou, por enquanto, sobre a continuação da coligação. Só Paulo Portas, hoje ao fim da manhã, com a voz grave que tão bem sabe fazer, disse que era necessária «responsabilidade política». Para bom entendedor...
4. Jorge Sampaio ainda não disse que não convocará eleições antecipadas. Mas, foi já avisando que a decisão é sua e pessoal, tal como a do primeiro-ministro em ir para Bruxelas.
5. O PS, a CDU, o BE, enfim, toda a oposição maioritariamente vencedora das últimas eleições exige eleições antecipadas.
6. Se houver eleições legislativas antecipadas ninguém de bom senso duvida que o PS as ganhará com maioria absoluta.
7. Se Sampaio indigitar Santana para formar novo governo, quantos meses resistirá à pressão da oposição, da comunicação social, das crises internas dos dois partidos e da própria coligação?
8. O que farão Marcelo Rebelo de Sousa e os anti-Santanistas de sempre do PSD? E o Prof. Cavaco Silva continuará disposto a ser Presidente da República num cenário em que a liderança dos dois partidos do seu espaço político natural ficará entregue a dois bons amigos?