6.4.04

PAULO PEDROSO "AGRADECE" A MARCELO

Paulo Pedroso escreve no JN sobre os perigos que, no seu entender, espreitam o sistema democrático. Adiante-se, desde já, que a análise é fraquinha, redundante e pouco imaginativa.

Paulo Pedroso confunde o sistema - este sistema - com o próprio regime democrático. Julga que qualquer ataque ou crítica ao modo como as coisas estão nas actuais democracias europeias são um golpe à Democracia como modo de governação dos povos.

A confusão é falsa, mas propositada. Mas a intenção do artigo percebe-se quando Paulo Pedroso, na esteira de Marcelo Rebelo de Sousa, compara o PND e o seu líder a Haider e a Le Pen.

Não justifica. Não prova. Não diz porquê, para além dos vagos queixumes que resultam das críticas ao estado da democracia portuguesa.

Mas, neste último fim-de-semana, mais do que uma personalidade da política e da cultura portuguesa fizeram diagnósticos semelhantes acerca da decrepitude do nosso sistema político. Mas, sobre esses, Paulo Pedroso nada diz.

Estou em crer que este artigo é o início da paga de favores de Pedroso a Marcelo. Este último, na TVI, disse um disparate acerca da Nova Democracia. Depois, furtou-se a debatê-lo como é seu timbre. Ninguém mais "pegou" naquela questão e quase todos a relegaram para o campo do absurdo e da má-fé.

Agora, Paulo Pedroso vem repetir o seu defensor oficioso das noites de Domingo, demonstrando que a "ingratidão" não é um dos seus defeitos pessoais. Pelo menos esse, já tem prova bastante.