Terminado um breve período de férias, pela primeira vez usufruído no mês de Julho, durante o qual mantive a minha ligação à blogosfera por sinais vitais mínimos, preparo-me para o regresso à normalidade que o remanso balnear me fizera esquecer.
Neste espaço curto de tempo não se passou nada de extraordinário: Santana feito primeiro-ministro, dizem, numa cerimónia onde nervosamente "saltou" algumas páginas do discurso de posse; Barroso, presidente da Comissão Europeia; Alegre, Sócrates e Soares (filho com o alto patrocínio do pai) transformados em putativos candidatos à liderança do PS e, por extensão, hipotéticos sucessores de Lopes à frente do governo da Nação. Uma Nação pequena com um governo enorme. Tão grande, tão grande, que levou o Dr. Lopes, num acesso marialva, a dizer ao seu antecessor: «o meu é maior que o teu!». Ao que José Barroso aquiesceu. Na Dra. Maria de Belém Roseira, a quem sempre me habituara a ver um modelo de virtudes familiares e conservadoras, nasceu uma alma de esquerdista revolucionária e, segundo algumas vozes caluniadoras, o Ministério da Educação passará a sê-lo stricto sensu, porque terá de começar a sua missão evangelizadora e educativa dentro de portas, nos seus mais altos responsáveis. E, por falar em Portas, o líder do partido mais democrata-cristão do continente europeu viu a sua posição na hierarquia do Estado reforçada, conquistando importantes ministérios da República e lugares em catadupa no aparelho do poder. Um ou outro amargo de boca, a Dra. Caeiro, neta e bisneta de prussianos, da Defesa para os Espectáculos («onde melhor servirá Portugal»), fartamente compensados com o xeque-mate feito ao Rei das Berlengas, em fim de ciclo que antecipará o seu eterno retorno.
Tanta pacatez e bonomia fez-me tomar uma decisão: não escrever sobre política nacional, enquanto as coisas não voltarem a animar.