O próximo passo depois da estrondosa vitória do «não» já foi dado, diga-se, de resto, com plena coerência, pelo Dr. Manuel Monteiro, segundo nos informa o Expresso de hoje: acabar com o Euro! A seguir, muito provavelmente, ele e outros reclamarão a suspensão ou mesmo o fim dos Acordos de Schengen e a reposição das fronteiras nacionais.
Bem vistas as coisas, estas duas patrióticas medidas justificam-se plenamente. Não será o Euro, símbolo maior da burocracia centralista e planificadora de Bruxelas, o grande responsável pela crise económica em que estamos mergulhados? E o mesmo não sucede com Schengen, ao permitir a devassa do nosso território por gente desqualificada do leste, que nos rouba os empregos e tira o pão da boca aos nossos filhos? E não é tudo isto, em suma, resultado dos hediondos ataques à nossa soberania, a nossa querida soberania, urdidos pelos «Directórios» mundialistas da plutocracia comunitária?
Por isso, é urgente fazer qualquer coisa. Nem que seja, como sugera o Prof. João Carlos Espada, nas páginas do mesmo periódico, entregarmos a empreitada liberal e nada dirigista de um «novo europeísmo», a «uma liderança forte e inspiradora, fundada numa vasta coligação de vontades dispostas a agir». Talvez este novo super-homem nitzscheziano liberal seja o Sr. Tony Blair, onde muitos vêem a reencarnação da Srª Tatcher. Aguardemos que ele tenha a força e a determinação necessárias para conduzir o leme de tão turbulenta nau.
Seja quem for, vai ser necessário um esforço hercúleo e muita determinação voluntarista para desfazer sessenta anos de erros, equívocos e conspirações burocráticas e, sobre essas cinzas, evolianamente construir a «nova Europa».
É sobre estes e outros assuntos concretos sobre o futuro da União, que muito apreciaria escutar a opinião do meu bom amigo CAA.O resto, o que está para trás, já lá vai.