«O sector dos transportes públicos de passageiros está em total transformação, sem que a tão anunciada Autoridade Metropolitana de Transportes diga uma única palavra. Simplesmente porque, na realidade, não existe. Formou-se uma comissão instaladora, presidida por Amândio Oliveira, que tomou posse no início do ano passado. Além do presidente, o organismo era constituído por quatro vogais, com remunerações equiparadas aos gestores públicos, conforme estipula o decreto-lei nº 268/2003 de 28 de Outubro de 2003, que criou as autoridades metropolitanas do Porto e de Lisboa.
Os seis meses que a Comissão Instaladora tinha para o trabalho preparatório do organismo,incluindo a elaboração dos respectivos estatutos, esgotou-se e acabou por ser prorrogado por mais meio ano. Também já foi ultrapassado. A Comissão Instaladora, de acordo com a lei (só previa uma prorrogação) deixou de existir, sem que a autoridade tomasse posse efectivamente.
O Governo continua sem pronunciar-se sobre a matéria, embora a necessidade de uma Autoridade Metropolitana de Transportes seja muitas vezes evocada pelos responsáveis políticos.»
(no JN)
Moralidade da história:
1.Nomeou-se uma comissão instaladora, composta de 5 indíviduos e com um prazo de acção de seis meses.
2. Após seis meses, não atingiram o objectivo para que foram nomeados;
3. Prorrogou-se o prazo por mais seis meses.
4. Ao final de um ano, os 5 comissários não cumpriram a sua tarefa, se é que produziram o que quer que fosse.
5. Receberam certamente a tempo o seu vencimento, não o devolveram, não foram sancionados. Quem os nomeou não pediu contas.
6. A «comissão» extinguiu-se sem que os seus objectivos fossem atingidos. Ao contrário do que se disse na altura, e porque nada foi entretanto feito, concluiu-se que tal comissão não fez nem faz falta, nem os seus objectivos interessam a ninguém.
Em suma, gastou-se dinheiro e tempo em algo absolutamente inútil.
Obviamente, tal comissão destinou-se a dar emprego temporário a 5 pessoas.
Só que para que conste:
Os 5 membros da dita comissão que receberam tranquilamento o seu salário mas que não conseguiram atingir os objectivos para que foram nomeados eram:
-Amândio Oliveira, Paulo Braga Lino e Maria João Nunes (nomeados directamente pelo Governo) e Pires da Costa e António Abel (indicados pela CMP e Junta Metropolitana, respectivamente).