13.9.05

O efeito Koizumi

Palpita-me que nos próximos tempos se irá falar bastante no Japão. Nunca um político com uma agenda de ruptura com o status quo terá reunido um tão gigantesco apoio, numa vitória retumbante que merece de facto ser enfatizada. O que, em grande medida, vem desmentir as ideias pré-concebidas da impossibilidade de vitória eleitoral para quem se candidate com um programa sustentado em reformas desestatizantes, portanto "antipáticas".

Koizumi tem uma tarefa hercúlea pela frente e as principais resistências à implementação do seu programa virão da nomenklatura do seu próprio partido. Face à "carta branca" que recebeu do eleitorado, não poderá entrar pela via negocial e do compromisso, de que resultariam apenas alterações cosméticas. Resta-lhe portanto matar ou morrer. Se sobreviver, estaremos quiçá perante o advento de um novo modelo japonês, bastante mais liberal e cujo impacto além fronteiras não será dispiciendo.