14.9.05

O estado é «nosso»

Depois de o vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Socialista ter sido nomeado presidente do Tribunal de Contas, eis que o deputado António Vitorino é contratado pelo Governo socialista para representante do Estado nas negociações com os italianos da ENI, no processo de recomposição accionista da Galp.

Para além da indignidade que tal decisão provoca em geral à imagem dos políticos e dos deputados em particular, sendo certo também que se poderá alegar a questão política de uma possível «dívida de gratidão», resta sempre saber se tal função é compatível com o Estatuto de Deputado.

Lateralmente, acrescem dúvidas sobre que interesses e de quem poderão justificar porque razão a «recomposição accionista» não seja realizada de forma aberta e clara, mediante venda de todo o capital pertença directa ou indirectamente do Estado em bolsa. Ou inclusive, de quem e que «interesses» político/económicos irá o dito advogado/deputado defender.