[Hoje estou bastante pressionado, por isso não posso dedicar-me a escrever posts extensos como este. Ainda assim, não quero deixar de comentar dois posts que li hoje na minha «roda» diária aos blogues de referência]
No Bicho Carpinteiro: Errado. A coligação CDS-PSD no Porto é que é um bocadinho de esquerda. Basta ver o que é o núcleo central de propostas que levaram Rui Rio até à Câmara.
Agora, é bem verdade que quem acompanhou de perto os últimos quatro anos do exercício do poder autárquico pode afiançar ter existido uma excelente coexistência entre a CDU e o PSD, bem melhor em vários momentos do que a relação com o outro parceiro de coligação, o CDS. A tudo isto não será alheio o carisma e a atitude de Rui Sá, um político experiente e com savoir faire, características essenciais para poder integrar de uma forma construtiva uma coligação tão ampla.
No Causa Nossa: De facto, hoje não me é difícil concordar com Vital Moreira: as eleições na Alemanha adiaram a morte do Modelo Social Europeu.
Mas, e utilizando a gíria futebolística, é sabido que «quem não mata, morre». A Alemanha prescindiu de uma morte rápida de um modelo social que anestesiou a economia em favor de uma lenta agonia: vamos assistir agora com atenção à governação Schroeder, e tentar perceber como é que num clima de concorrência global e recessão é possível sustentar o tal modelo social e travar a desagregação do seu tecido económico que, no fundo, o sustenta.
Pode ser que ajudem as «rezas» dos crentes do Modelo Social Europeu. As minhas, ficam bem guardadas, até porque em geral elas se destinam apenas a Deus. O medo que já tinha levado os franceses a rejeitarem a nova Constituição Europeia, misturando «alhos com bogalhos», conduziu agora os alemães ao voto pela manutenção do status quo, ignorando aquilo que é uma evidência (aspecto que de alguma forma VM, na sua versão revista, acautela): que a democracia é dinâmica, que precisa sistematicamente de ser reinventada.
Rodrigo Adão da Fonseca
