A véspera da estreia do filme baseado no livro de Dan Brown está a lançar em quase todo o mundo uma campanha desesperada de melhoramento da imagem por parte dos sectários da Opus Dei.
Hoje, entre nós, a SIC é cúmplice nessa farsa anunciada para o telejornal da noite. No bocadinho que já nos mostraram surgiram algumas das figuras que há muito são conotadas com essa estrutura.
Mas houve um excerto, particularmente cómico, em que alguém aparelhado como um sacerdote garantia que «o sofrimento causado pelo cilício é comparável ao roçar do lençol pelas nossas pernas quando estamos na cama». A mesma personagem, com um olhar estranho e alucinado, garantiu que nas auto-flagelações que tornou os membros dessa organização tão singularmente conhecidos «não é o sofrimento que está em causa»... (!!??)
Em primeiro lugar seria conveniente que alguma alma verdadeiramente piedosa recomendasse àquele indivíduo paramentado que começasse a dormir de pijama para evitar esses contactos libidinosos mal disfarçados. Também não seria pior para os interesses da organização - digo eu - se esse tipo de criaturas não fosse exibido publicamente em prime time: é que até parecem estar sequiosos em dar razão às caricaturas mais grotescas da novela!
Não posso deixar de me espantar, novamente, com a aterradora estupidez da actuação de uma organização que normalmente se destaca pela sua enorme argúcia no agir - aparentemente, estão completamente apostados em fazer do filme um sucesso ainda mais retumbante do que aquele que se antevê. Não sei se o silêncio é uma virtude que essa estrutura cultiva mas teria sido melhor, neste caso, se tivessem feito esse sábio voto.