Há um novo parque de estacionamento em Lisboa. A relva do Parque Eduardo VII. Desde os "ginastas" da hora de almoço no Clube VII, passando pelos almoçadeiros e donos do restaurante que não me recordo o nome até aos senhores que vão para a Feira do Livro, são centenas e centenas de carros inacreditavelmente estacionados em cima da relva de todo o parque, por tudo quanto é canto perante a habitual incompetência e displicência das polícias. Um lindo cenário, emoldurado pelos jacarandás floridos.###
Agora é que é altura dos senhores que são sempre contra tudo e contra nada se mexerem. Já que são contra a construção na casa de Garrett, contra o condomínio nos Inglesinhos, contra o parque do Barão de Quintela, contra o uso de um logradouro como hotel no Príncipe Real, contra o elevador do Martim Moniz, contra a "destruição" das avenidas novas, contra o fim do bife no Café Império, contra os túneis, contra o que quer que seja que é anunciado e contra tudo o que imaginam que vai ser anunciado, gostava também de os ver ser contra este atentado que todos os anos se repete durante a Feira do Livro. (e não só, parece que agora já é normal entrar com os carros parque adentro e estacionar em qualquer lado, em qualquer altura).
Não serei o único a acreditar que este grupo de 'defensores da cidade', muitas vezes prejudica mais Lisboa do que a ajuda, devido a uma enorme conjunto de preconceitos completamente errados sobre o que é qualidade de vida numa cidade histórica, como Lisboa. O que é certo, é que raramente protestam contra o que é óbvio e neste caso também não vão fazer nada. Nem estes, nem as Quercus, Decos, PEVs e quejandos, sempre prontos a gritar contra barragens, estradas, alugueres de contadores, ou a favor de lobos, florzinhas azuis, linces da malcata, peixinhos cor-de-rosa, LGBTs e formigas exóticas. Neste caso, temos que pensar nos editores, aquilo até é gente da cultura e têm que parar o carro em algum lado...