17.5.06

A propósito do post do JCD

E pura e simplesmente deixar os inquilinos procurarem casas melhores com melhores rendas?
O mercado de arrendamento é, em Portugal, o belissimo exemplo do estado deplorável a que nos levou o intervencionismo estatal. O centro de Lisboa não tem habitantes e está cheio de prédios em ruínas onde é um risco viver mas cujas rendas se encontram «protegidas» por regimes especiais.

As últimas propostas governamentais nesta matéria confirmam não apenas essa veia intervencionista mas também uma concepção policial do mercado de arrendamento. Recordo que até chegou a ser referido que aos senhorios caberia averiguar dos rendimentos dos inquilinos de modo a aumentarem ou não as rendas. Agora propõe-se que inquilinos e senhorios andem a analisar estados de conservação e obras dos imóveis de modo a serem decididas expropriações e aumentos de rendas. Tudo isto é ineficaz e sobretudo vai em sentido contrário à única coisa que pode reactiva o mercado de arrendamento: a liberdade. Quando os portugueses deixarem de viver amarrados às casas - por contratos de aluguer ou hipotecas - viverão certamente melhor.