8.5.06

STEPHEN COLBERT vs. GEORGE W. BUSH

Muito se tem escrito acerca do momento em que Stephen Colbert ridicularizou o presidente dos EUA, face a face - ver vídeo completo aqui.
Fala-se na coragem deste inexcedível comediante, na cara progessivamente desagradada que Bush foi fazendo à medida que Colbert o dilacerava em directo e em prime time.
Por mim, que estou longe de ser um defensor da actual Administração norte-americana, impressionou-me bastante mais o facto do homem mais poderoso do mundo estar pacatamente sentado enquanto ouvia um dos seus detractores a ridicularizá-lo impiedosamente. Com a América toda a assistir em directo pela televisão.
Solicito à mole imensa de observadores pretensamente bem-pensantes, mal camuflados num anti-bushismo instintivo mas que exaltam compulsivamente tudo o que possa denegrir a América, visando, julgo, atingir um estranho deleite orgástico, que me esclarecessem se uma coisa destas seria possível numa democracia continental europeia: estão a ver Chirac naquele papel? Ou algum dos nossos actual ou ex-primeiros-ministros ou presidentes?
Ou será que o lutador bolivarista, Hugo Chavez, faria coisa semelhante? Ou o seu émulo, Evo Morales? Ou, até, o ícone desses dois, Fidel Castro?
Por muito que os anti-americanos incorrigíveis se esforcem em tentar provar o contrário, a verdade é que a democracia norte-americana tem ainda em si faculdades e lógicas que a tornam muitíssimo mais transparente, participativa e aberta, do que as suas congéneres europeias e muitos dos regimes ainda sem catalogação que são tão elogiados noutros lados do mundo.