Já corre a teoria de acordo com a qual o governo começa a sofrer as primeiras consequências das reformas que andou a fazer pelo que o reformismo terá ido longe demais. Vale por isso a pena lembrar que:
1. O governo mal começou as reformas que estão a causar descontentamento. Na verdade, é muito provável que o governo já tenha perdido a oportunidade de fazer as reformas que eram realmente necessárias. Se não as fez nos 2 primeiros anos de mandato, a partir de agora é a decair.
2. Por cada voto perdido à esquerda Sócrates tem condições para ganhar dois à direita.
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3. As reformas necessárias causariam descontentamento pelo que a existência de manifestações não prova que o governo está a governar mal ou que está a seguir a estratégia errada.
4. As manifestações de professores não podem ser usadas como prova de que o governo está a governr mal pelo simples facto de que os professores não se manifestam por amor ao interesse público mas sim por amor aos seus interesses particulares. Uma manifestação de professores quanto muito prova que o governo está a mexer com interesses particulares, o que pode ou não ser positivo para o interesse público.
5. Quem defende que não se fazem reformas da administração pública contra os funcionários públicos ou está a reconhecer que a administração pública é irreformável, ou está a pedir que o governo se renda aos interesses particulares. Nas presentes condições não é possível reformar a administração pública sem atacar os interesses particulares dos funcionários.
6. Não é a rua que manda no governo. O governo resulta de um mandato da Assembleia da República que termina lá para 2009.