18.10.06

Os números do Rivoli

Comenta aqui o nosso leitor Luís Lavoura:

Eu não estou a defender os okupas do Rivoli, nem a gestão que o Rivoli tem tido, que não conheço porque nem sequer vivo no Porto. Só estou a presumir que a
privatização da gestão não irá melhorar muito a coisa.

Vejamos então os números da "coisa", retirados do Relatório e Contas de 2005:###

Proveitos no valor global de 3.314.370 euros, dos quais:

  • Subsídios concedidos pela CMP - 2.794.502 (84,3%)
  • Receitas de bilheteira - 179.797 (5,4%)
  • Patrocínios e outros subsídios - 38.541 (1,2%)
  • Serviços secundários - 164.547 (5,0%)
  • Proveitos financeiros - 6.076 (0,2%)
  • Proveitos extraordinários - 130.907 (3,9%)

Custos no valor global de 3.659.134 euros, dos quais:

  • Custos de programação - 1.196.246 (32,7%)
  • Custos com pessoal - 1.114.854 (30,5%)
  • Outros custos operacionais - 763.481 (20,9%)
  • Amortizações - 367.099 (10,0%)
  • Encargos financeiros - 8.016 (0,2%)
  • Custos extraordinários - 209.438 (5,7%)

Daqui resulta um prejuízo de 344.764 euros o qual, adicionado ao subsídio camarário, representa um custo anual para os munícipes superior a 3 milhões de euros, valor que tem sido recorrente ao longo dos anos. De realçar a ridicularia das receitas de bilheteira (5% dos proveitos totais), rubrica que, em condições normais, deveria representar o grosso das receitas.

A concessão aos privados vai implicar alguma subsidiação, designadamente a manutenção do edifício, que ficará a cargo da CMP. Isto porque a solução adoptada não é ainda a ideal, que passaria pela venda, pura e simples, do edifício. Mas, na óptica do munícipe, representa uma melhoria significativa face à situação actual, pois os impostos camarários terão margem para descer, pelo menos na medida do subsídio anual.

Se os futuros gestores terão ou não lucro com a "coisa", já será um problema deles. Diga-se porém que, situado uns metros acima, o Coliseu, com gestão privada desde há anos, vem acumulando lucros.