De his quos a secretis principes habent (leituras a propósito dos tempos que correm):
Não é fácil a um príncipe saber escolher os seus ministros, os quais são bons ou maus segundo a sabedoria do príncipe. (...mas a sabedoria também deve adaptar-se às circunstâncias. Algumas vezes, o que é mais difamado é o mais recomendável).
A primeira conjectura que se faz acerca de um príncipe e da sua mentalidade baseia-se nos homens que o rodeiam. Se são suficientes e fiéis, podemos sempre considerá-lo sensato, porque os soube achar suficientes e fiéis. Mas, quando assim não sucede, podemos admitir a possibilidade de um discernimento funesto, porque o seu primeiro erro consiste nessa própria escolha. (... Aqui reside a dificuldade e será esta a sua ruína....Aquele que não conhece os homens e se deixa dirigir por outrém nas suas escolhas, não sabe evitar isso!)
Maquiavel, O Príncipe. Comentado por Napoleão Bonaparte (em itálico). Ed. Europa-América.
