13.7.04
PORQUE SERÁ?
Espanta-se a opninião pública com o anúncio de António Vitorino não se candidatar ao lugar de Secretário-Geral do PS.
Convém recordar que a última vez que o ainda Comissário europeu deteve um lugar público em Portugal foi queimado na praça pública, o mesmo é dizer nos media, por ter utilizado um esquema que lhe permitiu reduzir o valor da sisa que pagou por um monte alentejano que em tempos comprara. Nada de especial, se atendermos a que todos os cidadãos portugueses, adquirentes de bens imobiliários, faziam o mesmo. Vitorino, na altura, limitou-se a seguir a regra.
Anos mais tarde, um pasquim qualquer, provavalmente «soprado» por uma «fonte idónea» e desinteressada, publicou a história. O país estarreceu: como poderia tão ilustre personagem, detentor de elevados poderes públicos, ministro e número dois do governo da República, cair numa tão reles tentação? Como podia ser ele igual a todos nós?
Acto contínuo, após uma «escandaleira» de curta duração, Vitorino demitiu-se de todos os seus cargos públicos. Por não ter pago a sisa que devia!
Quando aceitou as funções de Comissário europeu, ainda houve alguns pasquins que se lembraram do sucedido e, numa tentativa de reeditarem o «caso», mandaram algumas pazadas de estrume para cima do homem. Felizmente, sem qualquer efeito. Vitorino, brilhante como é, desempenhou notavelmente as funções que lhe foram atribuídas.
Espanta-se o país com a rejeição de Vitorino. Os «media» que há anos o cruxificaram e hoje o santificam, não compreendem a atitude, e meditam sobre a dimensão do gesto.
Efectivamente, ele há questões que custam a entender!