Era uma vez uma empresa que tem o monopólio de um serviço público.
Empresa que tem dívidas de centenas de milhões de contos e um elevadíssimo déficit de exploração crónico.
A propósito do Euro 2004 resolve criar um novo produto específico para o evento.
Como estratégia de vendas, resolveu apenas vender o serviço por intermédio do canal internet, não fazendo uso da sua rede comercial de centenas de balcões que detêm em todo o país.
Por forma a diferenciar o produto especial do serviço normal, optou por usar material mais antigo, degradado e com tempo de utilização mais longo que o serviço normal.
Como política de preços entendeu triplicar o preço em relação ao serviço normal.
Foi prevista a produção e disponibilização de 70 mil unidades, distribuídas por 80 serviços completos.
Por falta de procura, apenas foram realizados 40 serviços, 50% do inicialmente previsto, tendo sido vendidas apenas 17 487 unidades, ou seja 24,9% da oferta.
O Gabinete de Comunicação e Imagem da empresa afirma que mesmo assim, tal operação foi um êxito.
O que se calhar está correcto: considerando a qualidade e preço do produto face à concorrência, as vendas realizadas são significativas.
Mas pergunto:
- quem é esta gente que goza assim com o dinheiro dos contribuintes?
- quem são estes supostos profissionais que não sabem reconhecer um fracasso?
- quem é esta gente tão incompetente que até assusta?