Segundo um estudo de investigadores italianos, divulgado pela BBC e já amplamente difundido pela imprensa portuguesa, a homossexualidade (masculina) terá origem genética. A discussão é antiga. A homossexualidade é imposta pelos genes (como a cor da pele) ou é uma opção individual (mais ou menos socialmente influenciada) de cada um, como a cor partidária ou a orientação religiosa? Contra a tese dos genes podia argumentar-se com um paradoxo. Como os homossexuais tendem a não se reproduzir (ou a reproduzir-se menos), estariam condenados ao declínio. Ora, o que parece observar-se é o inverso. A tese hoje divulgada resolve o paradoxo ao colocar a responsabilidade pela transmissão do "gene da homossexualidade" nas mulheres. Esta teoria abre novas perspectivas, ao mesmo tempo admiráveis e assustadoras, para o futuro: além de escolherem a cor dos olhos, do cabelo ou a forma do nariz, os candidatos a progenitores poderão começar a pensar em escolher também a orientação sexual dos seus filhos.
Nota: O problema deve ser do meu inglês (ou do português), mas no site da BBC lê-se:
«Scientists have said it might be that the mother develops some kind of resistance to the male Y chromosome in her offspring that makes subsequent baby boys more likely to be born gay. It has also been noted that homosexual males are more often the younger siblings of a number of older brothers.»
No site do Público:
«Notou-se também que os homens "gay" são, na maior parte dos casos, os filhos primogénitos.»
UPDATE: o Público eliminou entretanto a frase citada do texto on-line.