26.10.04

O futuro não é igual ao passado III

Na antiguidade, os astrólogos que fizessem previsões erradas corriam o risco de perder a cabeça. Não havia, obviamente, bons e maus astrólogos. A astrologia é uma treta. Mas alguns conseguiam sobreviver, porque tinham sorte, ou porque faziam previsões ambíguas.

Nas democracias passa-se mais ou menos o mesmo. Os governantes perdem as eleições sempre que as coisas correm mal e conservam o poder sempre que correm bem. Não há, evidentemente bons governantes, capazes de dirigir a economia e a guerra de forma magistral, e maus governantes incapazes de fazer o que quer que seja. O que há é governantes com sorte, que governam em tempos de paz e expansão económica, governantes com azar, que governam em tempos de recessão e que têm que enfrentar problemas difíceis e governantes oportunistas que sabem aproveitar as circuntâncias para iludir os eleitores.