Há um erro de base quando se pensa que a limitação dos mandatos irá potenciar um aumento da participação das pessoas. Ela só acontecerá efectivamente quando:
- As candidaturas aos cargos electivos resultarem apenas de decisões do foro pessoal e nunca das escolhas dos aparelhos partidários;
- Houver total liberdade para a candidatura de independentes, seja para que cargo for.
O efeito prático da limitação de mandatos será um acréscimo de poder dos directórios partidários na selecção dos candidatos e um reforço das barreiras à participação. O que não impedirá a persistência de compadrios e a recandidatura de Valentins e Narcisos. Mas a emergência de figuras locais com peso efectivo e que possam contrabalançar o poder central passará a ser bem mais difícil.