Confesso que não consigo deixar de sorrir perante os dilemas da nossa esquerda radical-folclórica.
- Sem nunca conseguirem disfarçar o seu desconforto originário com a Liberdade e com o contexto liberal em que esta medrou na nossa civilização;
- E, sobretudo, sem se desapossarem do apego compulsivo aos ódios ensinados na cartilha política em que cresceram: são incapazes de reconhecer que o modelo de sociedade que preconizam só pode ser defendido nos sistemas que, liberalmente, os têm de aturar.
Paradoxalmente, só conseguirão ter voz nas sociedades que respeitem a liberdade, a propriedade (no seu núcleo duro) e o mercado (ainda que vagamente).
No Médio Oriente, por exemplo, as suas visões só seriam permitidas em... Israel.
Mas, num acesso de cinismo bem-humorado, confesso que até gostaria de os ver na Faixa de Gaza ou numa rua de Damasco ou numa avenida de Teerão a defenderem, alegremente, o consumo livre de drogas ou os casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Podia ser que então, finalmente, começassem a entender o que significa a Liberdade de Expressão e os perigos que existem na sua limitação.