Nessa carta Miguel Pinto põe no papel e em letra de imprensa todos os rumores, boatos e insinuações que de há muito tempo eram sussuradas por Oeiras e arredores. Por exemplo:
«Enriqueceu, ilicitamente, à custa dos munícipes e de alguns promotores imobiliários. Recebia muito dinheiro em troca de favores que lhes fez, tais como permutas de terrenos, licenciamentos de construção e alvarás, adjudicações sem concurso público, quando este era obrigatório, e aprovação de projectos violadores do Plano Director Municipal. No gabinete do presidente da CMO havia, sempre, dinheiro e prendas. Movimentava-se muito mais dinheiro do que o seu salário.»É a liberdade de expressão que permite a Miguel Pinto expressar esta irresponsabilidade típica do Bloco de Esquerda acompanhada de muita imaturidade. Duvido que o bloquista tenha provas que sustentem as afirmações que faz, mas a gravidade das acusações só deixa duas alternativas: Isaltino ou Miguel. Um dos dois vai acabar a perder, ou por corrupção ou por calúnia. Mais cedo ou mais tarde (possivelmente tarde demais, à boa maneira da justiça portuguesa) os tribunais resolverão a contenda. Grande vantagem civilizacional: tudo isto poderá ser resolvido sem ser preciso queimar bandeiras ou destruir as sedes distritais do Bloco de Esquerda.