24.4.07

Partidos políticos

  • Paulo Portas limitou-se a tomar posse de um partido que sempre foi seu - primeiro quis emprestar a quem nunca lhe fizesse sombra para poder regressar sem escolhos. Mas a coisa não correu bem, Ribeiro e Castro intrometeu-se num esquema que parecia perfeito - agora, Paulo Portas mostrou que era o único "dono da bola";
  • Mas, apesar disso, e uma vez mais, Paulo Portas foi obrigado a exibir a sua face de predador sem escrúpulos (o que comporta sempre um preço político elevado) - Ribeiro e Castro foi apenas a última de um número bastante considerável de vítimas que soçobraram às suas mãos;
  • Duas lições imediatas:

a) No CDS, novamente, comprova-se que o crime compensa - vale a pena faltar compulsivamente à verdade, enganar por todos os meios, atirar a pedra e esconder a mão, mudar de ideias e de princípios como quem muda de roupa em dia de Verão;

b) A atitude digna de Ribeiro e Castro neste processo tão pouco limpo leva a perguntar se vale a pena que pessoas de bem continuem a tentar fazer política dentro de qualquer partido - aqueles que se recusem a jogos inenarráveis do aparelhês, que não alinhem em interpretações abstrusas dos Estatutos, que não se associem à cacicagem acéfala dos votos nas eleições internas mas que ainda acreditam que fazer política tem uma dimensão que ultrapassa a pessoal e a que for servida ao bando, esse número cada vez mais escasso de pessoas normais dentro dos partidos terão realmente condições para estarem na política e insistirem nesta tarefa tão árdua e demasiado propícia a muitas salpicadelas de lama?
Não se dará o caso dos partidos políticos portugueses e os seus inomináveis aparelhos estarem definitivamente entregues a "profissionais" sem profissão, quase sempre sem qualificações, sem ideias, sobretudo sem um pingo de vergonha na cara, que não conhecem limites éticos ou de qualquer espécie para alcançar o poder e aí residir custe o que custar?