3.7.04

As perversões do sistema (IV)

Ana Sá Lopes no Público:

Jorge Sampaio poderá, igualmente, em caso de se decidir pela convocação de eleições antecipadas, ficar para a história como o Presidente que abriu a porta à legitimação popular da dupla Santana Lopes/Paulo Portas, dois "animais políticos" que sempre se revelaram de uma enorme eficácia em campanhas eleitorais.

Ou seja, não haja eleições, mantenham-se os "animais" enjaulados.

As vozes, mesmo dentro de sectores próximos do PSD, em defesa das eleições antecipadas, nomeadamente por o novo líder do PSD ser Pedro Santana Lopes, estão agora a multiplicar os argumentos pró-dissolução em Belém

Ou seja, vamos para eleições, devido ao ódio de estimação de uns quantos ou de muitos por PSL

Aqui reside o principal obstáculo à dissolução da Assembleia da República: a maioria está contra. Mas Sampaio pode sempre ter dúvidas que a maioria ainda seja "a maioria".

Ou seja, haverá ou não eleições em função das dúvidas do Presidente.

Conclusão: um sistema que fique pendente da decisão descricionária de uma pessoa, por muito aceitáveis que nos pareçam os fundamentos daquela e por muito ponderada que seja a pessoa do PR, é um mau sistema