7.7.04

Ferreira Leite

A ainda Ministra das Finanças declarou aceitar substituir Durão Barosso, aliás, José Barroso, se este, por força da suas novas funções, ficar impossibilitado de exercer o cargo de Primeiro-Ministro de que ainda é titular.
Nenhuma novidade nisto. A ainda Ministra também declarou que é contrária à convocação de eleições antecipadas, apesar de ter igualmente estado contra a forma de escolha do novo líder do seu partido, colocado na pole position primo-ministerial.
Ora, a necessidade de Ferreira Leite assumir as funções de chefe do Governo (de gestão) só se coloca em dois dos cenários possíveis:
a) Convocação de eleições antecipadas, que provocaria a manutenção do Governo de Gestão por quatro ou cinco meses;
b) Prolongamento da indecisão do Presidente por mais tempo do que o esperado, provocando igualmente o prolongar do Governo de Gestão.
O Governo de Gestão tem a vantagem de tornar difíceis medidas que se traduzam em grandes asneiras. Em contrapartida, a profunda limitação de poderes gera, inevitavelmente, instabilidade. Estou já a imaginar as grandes discussões com a oposição (se esta se preocupar com isso), sobre a legitimidade ou não de um Governo deste tipo para adoptar esta ou aquela medida.
Por isso, pede-se ao presidente Sampaio duas coisas: que seja sensato na sua decisão. E, sobretudo, que seja breve.