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Deslocalizar alguns ministérios da República para fora de Lisboa pode ter um valor meramente simbólico ou, mais do que isso, corresponder a uma orientação de princípio do futuro governo. Não é pelo facto do poder estar sediado na capital ou em Ranholas que ele é exercido de forma descentralizada e próxima do cidadão, e isso é, em última análise, o que verdadeiramente importa.
Mas, à partida, condenar como «populista» uma intenção anunciada que pode vir a revelar-se interessante, demonstra bem a mentalidade naiconal, e explica porque é que, pelo menos desde o Marquês de Pombal, ninguém seriamente questiona porque há-de o «Império» ser governado a partir do Terreiro do Paço.