O XVII Congresso do PCP confirmou oficialmente que, para os comunistas portugueses, ideologicamente, a tradição ainda é o que era.
Talvez seja esse o rumo possível para quem o tempo e a vida encarregaram de roubar as causas imediatas! Talvez, sabiamente, o PCP esteja a adaptar-se melhor do que o que parece aos novos tempos.... deixando de ser, a par e passo, menos um partido no sentido clássico do termo (pouco viável) e mais uma espécie de organização cívico-política depositária de uma certa "fé" ideológica e nostálgica, para os seus militantes. Quem sabe se não chegará o dia em que jovens adolescentes e sem memória histórica, vistam, novamente, t-shirts com estilizações dos velhos perfis de Marx e de Lenine estampados ou usem "foices e martelos", tudo como meros adornos estéticos (lembram-se das t-shirts de Che Guevara?).
De todo o modo, a liturgia comunista continua a usar certas expressões e "palavras-chave", marcadamente datadas! São evocações rituais de um certo tempo passado e recordam-me os começos da minha adolescência. Por exemplo, esta pérola do discurso de Álvaro Cunhal: "as forças progressistas" (ou seja, "a classe operária, as massas trabalhadoras, a juventude e as mulheres").....