(reformulado: afinal, já tinha havido - quem diria - um Papa Anacleto; mea culpa)
Pois é. Saiu fumo branco, e temos um novo Papa, Bento XVI. JP II sempre se apoiou neste alemão, que os cardeais escolheram ao fim de dois dias. Por razões que a própria razão desconhece, hoje o dia tem sido dedicado a destruir a imagem de um homem que, pela sua inteligência e experiência, merece, no mínimo, o benefício da dúvida.
A desilusão que se assiste não é tanto dos católicos, mas dos não católicos que aspiravam a um Papa que tornasse a Igreja numa organização transversal, tipo Bloco de Esquerda, onde, basicamente, coubessem todas as tendências e as suas próprias negações.
A Igreja, como dizia o Gabriel Silva, num dos comentários abaixo, acompanha os tempos, razão pela qual tem já uma longa vida de dois mil anos. Eu sou, por definição, contra o imobilismo, e a Igreja tem muito que meditar. Um novo Papa é sempre uma oportunidade. E Bento XVI, pela sua formação, não deixará de produzir um pensamento rico e claro.
Agora, não estavam à espera de um Anacleto II, pois não?
Rodrigo Adão da Fonseca