Segundo o Expresso, Luís Nobre Guedes, com o bom senso e o despreendimento a que nos habituou, classificou o processo que levará Telmo Correia à sucessão de Portas como «lamentável», «uma encenação», «uma garotice» e «o pior da história do CDS».
Aparentemente forte e excessiva para qualificar quem vai, afinal, fazer o favor de suceder a Paulo Portas, a avaliação do comportamento do indigitado novo líder é, contudo, certeira e rigorosa. De facto, em todo este lamentável processo, Telmo Correia nunca demonstrou ter vida própria ou vontade pessoal. Ao invés, deixou-se levar pelo aparelho do partido para um lugar que, segundo dizia há meses, não desejava por falta de vocação.
Ao deixar-se conduzir nestes termos, chegado ao congresso sem que se lhe conheça uma ideia sobre o partido, um objectivo a cumprir, uma táctica ou uma estratégia a desenvolver, Telmo Correia passou a ser a máxima expressão de um aparelho medíocre, constituído por gente completamente divorciada do país, para quem esta é a oportunidade de fazer do CDS uma coutada privada.
Amanhã, quando o «líder» já estiver eleito, escreveremos sobre o que se passou e previsivelmente passará no partido da democracia-cristã.
