15.4.05

O jogo

Essa instituição ridícula, de nome «Alta Autoridade para a Comunicação Social», como gente que não consegue enfrentar e assumir as suas posições, adoptou a atitude de cernelha: «não dar parecer negativo».
Nunca esteve em causa uma opção pela negativa. É que a AACS passou anos a conviver pacifica e alegremente com a dimensão e domínio do Grupo PT na área da comunicação social, sem que nunca se lhe tivesse levantado a mais pequena dúvida ou incerteza relativamente a posições dominantes, ameaças á liberdade de expressão ou interferências governamentais. Não era agora, em que o mesmo grupo de comunicação social é transferido integralmente para um pequeno operador que se iriam levantar dúvidas.

Mas os doutos membros da AACS entenderam inovar: sugerir tomadas de posição a um outro orgão institucional como seja a Autoridade da Concorrência. Sim, após ouvirem dezenas de pessoas, entenderam nada mais nada menos do que sugerir a venda de um jornal desportivo, que já era propriedade do grupo, com a argumentação de que tal poderia prejudicar os concorrentes. Extraordinário. Não levantam qualquer problema à aquisição de todos os orgãos de informação da Lusomundo Media, mas apenas aos que o proprietário já anteriormente detinha. Podiam ter dito que a posse do JN e DN no mesmo grupo seria uma posição dominante que ninguém estranharia, pois é um facto. Ah, pois, mas antes nunca tinham levantado o problema, portanto agora...
Nota: a questão da venda do grupo Lusomundo Media surgiu na sequência do «caso Marcelo». Mas este não foi na TVI?