Alguma coisa:
1. Se o tal incréu fosse português, a escolha de um alemão é uma enorme alegria - caso o novo Papa fosse luso seria impossível viver dignamente neste país de expectantes milagreiros e de crentes em todas as coisas do sobrenatural (a atitude servil e promíscua do presidente da república ao emprestar o Falcon a D. Policarpo era, apenas, uma antevisão do muito mau que podia estar para vir).
2. Por outro lado, os últimos 30 anos de Ratzinger fazem presumir um encontro frontal de muitos dos que se dizem e julgam cristãos com a verdadeira face dessa doutrina. Se Bento XVI for igual ao Ratzinger dos últimos tempos (questão que não me parece garantida) o conflito com as condições mais lineares da nossa contemporaneidade - que tantos julgam constituir um adquirido civilizacional - dar-se-á fatalmente.
Então, ser católico significará estar do lado contrário a quase tudo o que de bom o progresso, a Ciência e a razão, alcançaram na nossa civilização. Sem peias, nem máscaras, nem eufemismos intelectuais. E sem desculpas.
Este é um sonho que eu acalento há muito. Oxalá o pontificado que agora começa não desiluda as humildes esperanças deste vosso incréu.