20.4.05
Sobre a origem do poder da Igreja
Uma parte significativa dos críticos da Igreja Católica tendem a representá-la como uma organização tirânica cujo poder depende de alguma forma de coerção. Curiosamente, o poder e a influência da Igreja dependem muito mais da adesão livre dos seus membros às suas ideias do que da coerção. O Papa não tem um exército, e ao contrário do que muitos pensam, não impede pela força a emancipação das mulheres nem o uso do preservativo. A adesão à Igreja Católica é livre, a permanência na Igreja Católica é livre, e mesmo dentro da Igreja Católica existe um vasto espaço de liberdade que permite que os crentes possam aderir a determinadas ideias, mas não a outras. O que o Papa tem do seu lado são as suas convicções morais e religiosas, as raizes cristãs do ocidente e a solidez intelectual da sua doutrina. O Papa é assim o guardião de um tesouro de credibilidade e legitimidade moral que os seus críticos não têm. E por isso é que os críticos da Igreja Católica preferem tomá-la por dentro em vez de tentarem criar eles próprios instituições credíveis que defendam as suas ideias.