É o que vivamente recomendamos ao Doutor Vital Moreira, depois de lido o seu «post» Democracia e Socialismo.
Que o Doutor Vital persista na ilusão de que o regime chinês implantado pela pomposa (e outrora tão elogiada) Revolução Cultural não é socialista, pela simples razão de que gerou «mais de 150 milhões de pessoas (que) vivem na pobreza», é, em causa própria, aceitável. Embora, nesse caso, não consigamos qualificar os regimes políticos soviético, cubano, europeus de leste até à queda do muro e muitos outros, que se proclamavam socialistas e que geraram miseráveis em número tão ou mais elevado.
Também nada temos a opor que se não considerem democráticos os países onde, como afirma o Doutor Vital, «vigora um regime autoritário de partido único e onde faltam as mais elementares liberdades políticas». Se bem que, sendo assim, subsistam algumas dúvidas sobre a natureza dos regimes daqueles outros referidos países. Terão sido ditaduras os regimes de Tito, de Lenine e de Honecker, ou países em transformação revolucionária do capitalismo para o socialismo, a necessitarem de vanguardas do proletariado activas e unidas em torno do centralismo democrático dos seus Partidos Comunistas? E o regime de Castro: é uma ditadura ou ele e o povo cubano são vítimas heróicas da opressão americana e de Bush?
Contudo, chamar à China, país onde vigora um regime estatista, planificador e totalitário, a «terra do mais selvagem capitalismo» é que já nos parece um despropositado exagero, a merecer certamente uma actualização dos conceitos fundamentais.
