16.12.05

Gestão Centralizada da Tecnologia


Nem de propósito, ao almoço passei os olhos pela segunda parte deste livro aqui em cima, "The Truth About Markets : Why Some Countries are Rich and Others Remain Poor", do economista britânico John Kay. E estive mesmo com vontade de distribuir umas cópias pelo Engº Sócrates e pelo Engº Zorrinho.

O que se pode ler nesse capítulo é uma explicação simples dos motivos porque estes comités centralizados, que gizam coisas como Planos Tecnológicos, nunca chegam a resultado nenhum. Bem escrito e polvilhado com variados exemplos que a história já nos deixou.

As referências à viagem de Nikita Kruchev aos Estados Unidos são particularmente divertidas. Conta-se por lá que o líder soviético foi visitar um supermercado e quando viu as prateleiras cheias, acreditou estar perante uma encenação.

As perguntas que um planeador central faria na presença de estantes cheias, seriam do género: "Quem é o responsável pela distribuição de referigerantes na Califórnia?" ou "Quem coordena a comercialização de carne nos Estados Unidos?". O planeador desejaria certamente aprender com o seu congénere americano as técnicas que conduziram a tão retumbante sucesso na distribuição. Na realidade as respostas a estas perguntas seriam sempre iguais: Ninguém. Não há planeador. A razão do sucesso é mesmo a completa descentralização dos processos de decisão.

O autor também escreve sobre a Grã-Bretanha e os seus "planos tecnológicos", em tempos recentes. E refere-se com alguma ironia ao seu coordenador, o especialista em tecnologia que tinha como objectivo orientar o reino no caminho do sucesso. Como era de esperar, os resultados não foram brilhantes. Por cá também não vão se espera grande coisa.