O Tribunal de Contas concluiu, neste Relatório de auditoria (cuidado, pdf, 6mb), dedicado à CP ? Caminhos de Ferro Portugueses, E.P, que o passivo daquela entidade pública empresarial é de 2,6 mil milhões de euros. Quase uma Ota.
Uma parte importante (2,4 mil milhões) diz respeito a financiamento bancário, em grande medida avalizado pelo Estado.
Segundo o Relatório,
«A empresa encontra-se numa situação económico-financeira grave, de falência técnica, resultante, fundamentalmente, do nível de endividamento bastante elevado, o qual terá tendência a agravar-se, se não houver, por parte do Estado, a atribuição de dotação de capital que permita a absorção dos sucessivos resultados negativos transitados e a cobertura dos investimentos anuais.» (p. 65)
A própria Administração da CP está à espera que o Estado assuma o passivo:
«A expectativa do Presidente do Conselho de Gerência em exercício, na data da presente auditoria, era a de que, ao conseguir atingir os objectivos daquele plano ? cash-flow operacional positivo, a partir de 2007, e equilíbrio operacional da empresa, em 2009 ? dar garantias à tutela governamental de que não necessitaria de recorrer, no futuro, ao endividamento para financiar a sua actividade, o que também serviria de estímulo para o Estado assumir o passivo financeiro da empresa, como já fez no passado.» (p. 74)
E o Estado, mais tarde ou mais cedo, pouco poderá fazer para o evitar.