5.12.05

Um longo bocejo

É o balanço que se pode fazer deste primeiro debate, com um figurino que está longe de se recomendar. Talvez valesse a pena um retorno a 1975 e revisitar o debate Soares-Cunhal de 1975, porventura o melhor de sempre em televisão.

Houve programa de governo a mais e discussão a menos, posturas defensivas e calculistas, medo em rematar, brandura em excesso, nenhuma posição defendida com firmeza e agressividade. A Ota era um tema adequado para se marcar uma posição clara, mas ambos os candidatos a contornaram.

Caberá a Soares "apimentar" os debates e poderá ganhar com isso se não resvalar para a demagogia. Mas, independentemente do figurino, o problema de fundo destes debates reside nos poderes do presidente, que leva os candidatos a falarem de tudo e sobretudo no que não podem fazer.