14.1.06

Um verdadeiro "CLUSTER" português.

Perante a grande trapalhada dos últimos dias, já suficientemente relatada em todo o lado, (mal) explicada, questionada, comentada e, porém, ainda sem nenhum efeito, conclusão ou consequência definitiva, é tempo de Portugal assumir, de vez, o seu verdadeiro "cluster" global: as comunicações telefónicas!

Somos um país com um dos rácios «telefone/habitante» mais elevados (em média, cada português possui dois telefones), somos um dos países com mais apetência para os telemóveis, batemos records em sms (como se viu recentemente no Natal e no reveillon 2006), temos dos utilizadores de telemóveis mais jovens, etc., etc., etc. e agora, assumimos aquilo que é uma das nossas vocações mais coerentes: adoramos escutas, as nossas instituições são escutadas (e também hão-de escutar, concerteza...), a nossa polícia usa e abusa das escutas, os nossos tribunais requerem escutas, enfim, em cada português há uma potencial escuta que espera pela oportunidade para desabrochar!

De resto, o CHOQUE TECNOLÓGICO anunciado pelo Governo deveria começar por aí: ensinar as crianças, de tenra idade, a manusearem não só os portáteis (telemóveis), como os aparelhos que - diz-se um pouco por todo o lado! - pela módica quantia de 150 Euros, permitem escutar conversas telefónicas num raio de 200 metros. Bem sei que se tratará de uma engenhoca nada avançada tecnologicamente, seguramente, uma coisa para amadores, detectives e quejandos ...mas, seria sempre um bom começo, já que as escutas devem ser estrategicamente acarinhadas como um verdadeiro produto/serviço português, com índices de competitividade imbatíveis no panorama internacional!