2.2.06

Sob suspeição

Ou de como até a «independência» é superiormente assegurada.

A Assembleia da República, por negociação entre o PS e o PSD, indicou 4 elementos para a «Entidade Reguladora para a Comunicação Social» (ERC), tendo sido realizada a respectiva audição a 25 de Janeiro.
A lei estabelece que «1 - No prazo máximo de cinco dias contados da publicação da respectiva lista na 1.ª série-A do Diário da República, os membros designados reunirão, sob convocação do membro mais velho, para procederem à cooptação do quinto membro do conselho regulador"; 2 - Após discussão prévia, os membros designados devem decidir por consenso o nome do membro cooptado(Lei 53/200, artº 17º ).
Ainda não foi publicada a referida lista. Ainda não se reuniram. Ainda não cooptaram. Só hoje, dia 2 de Fevereiro, é que a AR aprovará aquelas indigitações.
Mas logo no dia 26 se soube que os partidos do bloco central se tinham entendido sobre o quinto nome: Azeredo Lopes, especialista em questões internacionais. E impuseram tal escolha ao «quarteto fantástico». Tenho boa impressão sobre a pessoa em causa. Mas o certo é que a aceitar tal «combinação», AL aceita distorcer a lei, e mata à nascença a independência do novo orgão regualdor. Os restantes 4 elementos (Estrela Serrano, Rui de Assis Ferreira, Elísio Cabral de Oliveira e Luís Gonçalves da Silva), também não abonam muito quanto a independência.
E para fechar o ciclo de «suspeição», nada como o inefável deputado Agostinho Branquinho, que preto no branco, nos prova como vai a «República»: «Obviamente que neste processo só a ausência de bom-senso é que permitiria avançar para a eleição dos quatro sem ter acertado o nome do quinto elemento». (no Público)
«Bom senso»???