19.10.06

Confusão entre actividade cultural e equipamento cultural II

Respondendo ao Daniel Oliveira:

1. O Rivoli é propriedade municipal. Já era antes das obras de remodelação pelo que é a Câmara do Porto quem tem legitimidade para o gerir. Se existe um protocolo entre o estado central e a câmara, então o estado central é quem tem obrigação de exigir o seu cumprimento. Até ao momento não foi feita nenhuma exigência. Mas a gestão privada não impede o cumprimento de compromissos previamente assumidos. A Câmara Municipal do Porto enquanto poder público é quem vai definir a política cultural. A gestão estará sujeita às regras definidas pela câmara. Lembro ainda ao Daniel Oliveira que actualmente a Câmara não faz a gestão cultural do Rivoli directamente. A gestão é feita desde 1997 pela CulturPorto, uma entidade de direito privado. A CulturPorto resulta de uma associação entre a Câmara e a Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo.
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2. Seria interessante que o Daniel nos explicasse em detalhe como é que o Rui Rio destruiu o Rivoli. De que duas empresas é que está a falar? Quando é que elas foram criadas? Os 3 milhões de euros que a câmara paga ao Rivoli não chegam? Como é que a criação das tais empresas justifica ou desculpa a gestão desastrosa da CulturPorto? Lembro ao Daniel que o modelo de gestão do Rivoli não foi inventado pelo Rui Rio. O Rivoli é gerido pela CulturPorto desde 1997. Lembro ainda que das receitas do Rivoli só 5% é que são receitas de bilheteira.

3. Não é verdade que com a privatização da gestão 18 companhias ficam sem palco. O Rivoli não vai fechar. Vai continuar de porta aberta, o novo concessionário tem todo o interesse em encher as salas pelo que qualquer um dessas companhias se tiver um bom projecto terá sala. Aliás, a Câmara Municipal mantém ainda o Teatro do Campo Alegre pelo que as tais 18 companhias se não conseguirem lugar no Rivoli terão lugar no Teatro do Campo Alegre.

4. Acho extraordinário o argumento "Quando se exigem 300 espectáculos anuais e a gestão de um espaço destes, sabe-se que apenas os enlatados podem usa-lo." O Daniel está a defender que o concessionário vai rejeitar espectáculos com o objectivo de cumprir a quota? Qual é a lógica? Não lhe parece que para preencher a quota de 300 espectáculos anuais o concessionário terá que aceitar mais espectáculos e não menos?

Acho ainda curioso que o Daniel pergunte: "É aceitável que uma câmara pague as obras com o dinheiro dos contribuintes para a destinar um operador escolhido à partida?" De facto é uma boa pergunta. Que vale para a CulturPorto que actualmente gere o Rivoli. O futuro operador será escolhido por concurso público, um método muito mais transparente que o processo de escolha do operador anterior.