11.10.06

Contra as reduções, aumentar, aumentar!

O governo socialista apresentou as primeiras linhas de orientação para o Orçamento de Estado. Reafirma que irá «cortar na despesa». Bom, se tal «esforço de contenção» for como o desenvolvido este ano, tal quer dizer que a despesa corrente crescerá aí uns 4 a 5 por cento. Em consequência, até já se sabe que impostos irão aumentar.
Mas a oposição, não satisfeita, e por uma vez em absoluta unanimidade (BE, Verdes, PP, PCP e PSD - respeitou-se a ordem das entrevistas da TSF...), quer......exacto (como adivinhou?), mais aumento da despesa.

Ora, toda esta unanimidade de posições por parte dos representantes dos cidadãos portugueses: prática de aumentar a despesa por quem gere o orçamento e exigência de a aumentar ainda mais por quem é teoricamente alternativa de governo, resulta numa conclusão interessante: afinal os portugueses desejarão todos ainda mais despesa pública e ainda mais impostos. Significa que os representantes dos cidadãos entenderão que os serviços prestados pelo Estado são positivos, mas ainda assim insuficientes. Tornar-se-á necessário - e os representantes do cidadão entendendem que é essa a vontade dos seus eleitores - reforçar os meios ao dispor do Estado para que este proporcione ainda melhores e maiores serviços.

Ou isso, ou há um problema no sistema de representação política.