1. Lula ganhou na maioria dos Estados do norte e nordeste onde predominam os "caboclos iletrados", facilmente manipuláveis pelo populismo assistencialista, que promete tudo a troco de nada. Os seus scores foram quase sempre esmagadores, como o atestam os 78% no Amazonas, os 76% no Maranhão ou os 71% no Ceará;
2. Alckmin teve vitórias bem menos expressivas, mas concentradas em Estados mais populosos do sudeste e sul, onde se cria cerca de 80% da riqueza do país. Destes, exceptuam-se Minas Gerais e Rio de Janeiro que perdeu, mas verdadeiramente decisiva foi a vitória no seu Estado natal de S. Paulo, o coração económico do Brasil;
3. Heloísa Helena, uma espécie de Louçã de saias, ficou muito aquém dos 10% que lhe davam as sondagens, mas conseguiu notoriedade nacional, o que lhe facilitará a futura implantação do seu novo partido. As similitudes com o "nosso" BE também se verificam na natureza do seu eleitorado, fundamentalmente urbano e concentrado em alguns bastiões: para além da capital federal onde teve 12% (funcionalismo público?), conseguiu quase 25% em Maceió, donde é originária, e mais de 20% no eixo Rio-Natal, reunindo certamente uma mescla de favelados, operários e intelectuais. Uma eventual abstenção da sua base de apoio pode dar a vitória a Alckmin na 2ª volta, porventura o cenário mais favorável para o crescimento do seu partido...
4. Collor de Melo ressuscita, agora como senador, provando que nada é irreversível na política. Santana Lopes já estará a preparar um estágio em Brasília...
5. José Serra, eleito governador de S. Paulo, obteve um melhor score do que o de Alckmin no Estado, gerando a dúvida se este terá sido a melhor escolha do PSDB para a Presidência;
6. Faltou o "charme" de Marta Suplicy, da ala jet-set do PT.