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Nas últimas eleições o Eng. Sócrates prometeu, entre outras coisas, não subir os impostos, não aumentar a idade da reforma, manter as SCUTS e garantir um rendimento mínimo de 300 euros a todos os reformados. Estaria o Engº Sócrates a apelar à consciência do eleitor? Do género:
««Caro eleitor reformado, a sua pensão é de 250 euros, pois eu ofereço-lhe 50 euros para que vote em consciência em mim. Eu tenho muito respeito pela sua consciência e dou-lhe 50 euros, tá bem?»»
Estas propostas não são, obviamente, originalidades do Eng. Sócrates. São uma consequência do sistema democrático tal qual ele existe. O sistema democrático já permite a venda de votos. Isso é feito todos os dias.
O Engº Sócrates limitou-se a comprar os votos de alguns eleitores prometendo pagar no futuro com dinheiro de todos os contribuintes. Mas claro, meses depois alguns compradores sentiram-se defraudados. Afinal só uma parte do prometido é que foi cumprido. Nada que leve os eleitores mais habituados a estas fraudes a votar em consciência.
Por outro lado, quem diz que a comercialização de votos acabaria com o voto em consciência não tem em grande conta a consciência do eleitor. Se calhar por boas razões, dado que o voto já é correntemente comercializado. Mas se as pessoas só não vendem o voto porque a comercialização não é permitida, em que medida é que se pode dizer que actualmente existe alguém que vota em consciência?