12.4.07

Estamos esclarecidos? (2)

Sócrates disse aquilo que os seus assessores bradavam desde há 2 semanas. E nada adiantou acerca das contradições entre as diversas versões explicativas que foram sendo adiantadas pelos seus defensores.
Nada disse sobre o facto de, antes daquela entrevista, ter dito e redito que não se lembrava quem eram os seus professores - enquanto que ontem, sobre esse aspecto, a sua memória parecia ter recuperado espectacularmente dessa suposta amnésia. Note-se que os seus professores na U. Independente só teriam sido dois: o ex-reitor Luís Arouca e uma personagem que, a partir daí, teve um percurso ascendente e paralelo ao partido socialista que convirá seguir, António José Morais, entretanto nomeado pelo actual Governo de Sócrates para um importante cargo público (ver esta importante alegação de António Balbino Caldeira, no "Do Portugal Profundo", acerca desta personagem já ter sido professor de José Sócrates no ISEL - ora, não o esqueçamos, o primeiro-ministro garantiu ontem que só conheceu António José Morais, então adjunto de Armando Vara, quando ingressou na U. Independente).
Sócrates nada disse sobre o facto de que as mesmas disciplinas ostentarem notas diferentes nos documentos que foram entregues a jornalistas do Público e do Expresso.
A sua versão de que "era normal" que os alunos transferidos frequentassem pacatamente o novo ano lectivo sem apresentarem o certificado de habilitações da instituição de onde eram provenientes não pode convencer ninguém que conheça o funcionamento das universidades, privadas ou públicas. Do mesmo modo, a ideia de que um certificado pode demorar "um ano" a ser emitido constitui uma anormalidade, uma coisa tão inopinada, que carece de demonstração.
Sócrates, também, não foi convincente quanto ao preenchimento manuscrito dos seus dados biográficos enquanto deputado. Nem quanto à sua suposta pós-graduação em Engenharia Sanitária.