Quem vota no PCP, no CDS ou no Bloco de Esquerda não quer escolher o primeiro-ministro. Quem vota no PSD e no PS sabe que está também a eleger o primeiro-ministro, porque estes dois partidos fazem questão de assim apresentar os seus lideres.
Está assim resolvida a questão de saber se insistir no carácter unipessoal e "governamentalista" das eleições legislativas não põe em causa o próprio sistema constitucional e a legitimidade do parlamento. E está resolvida porque DO descobriu um dualismo determinista (mas talvez pouco dialéctico) nas motivações de voto dos eleitores.
Fica apenas a dúvida de saber de que forma foi esta espantosa descoberta realizada, mas a hipótese sobre as capacidades telepáticas de DO avançada por PPM ganha credibilidade se tivermos em conta que no final do mesmo post no Barnabé encontramos a seguinte afirmação:
Seja como for, com a notícia da convocação do Conselho de Estado, tudo indica que teremos eleições. Felizmente.
