6.11.04

AS INCÓMODAS PRESIDENCIAIS

1. Ontem o Semanário garantia que a derrota de Kerry não inviabilizava a candidatura de Guterres (confesso não ter atingido cabalmente a dimensão lógica desta dedução).
2. Miguel Relvas diz apoiar Cavaco Silva mas garante que o PSD não está refém de putativos candidatos.
3. Mas Vasco Graça Moura assegura que Cavaco Silva não precisa do PSD e que caso «se candidatasse [à Presidência da República] seria eleito de qualquer maneira, com ou sem apoios explícitos de forças políticas».
4 . Rodrigo Moita de Deus, muito assertório, define o que afirma ser o "óbvio": «Cavaco Silva nunca será candidato às presidenciais. Porquê? Porque recusa-se a ser apoiado por Santana Lopes e Paulo Portas. Marcelo Rebelo de Sousa nunca será candidato. Porquê? Porque Santana Lopes e Paulo Portas não o podem admitir». Depois cita a fonte das suas "óbvias" conclusões - «É aliás tudo isto que se lê na moção de Santana Lopes» (!!??) Termina, sempre categórico, adiantando que para candidatos da coligação «Sobra Mota Amaral»...
5. Entretanto, Cavaco Silva, ostentando um sorriso escancarado de candidato, elogia a figura de Yasser Arafat perante as câmaras de televisão.

Continuo a insistir que para substituir alguém do diâmetro político do actual PR seria preciso uma figura ao nível de um Amílcar Theias ou de um Figueiredo Lopes ou, talvez, numa versão mais jovem e dinâmica, de alguém com o calibre intelectual da dupla Morais Sarmento / Rui Gomes da Silva - com os dois "cérebros" somados, é claro!